Linfomas
Os linfomas são um grupo de cânceres hematológicos originados nas células do sistema linfático, que inclui os linfonodos, baço, amígdalas e a medula óssea. Esses tumores podem ser desenvolvidos a partir de linfócitos B ou linfócitos T , células fundamentais para a resposta imune do corpo. Os linfomas são classificados em dois tipos principais: Linfoma Não-Hodgkin (LNH) e Linfoma de Hodgkin (LH) , sendo que o LNH é mais comum e heterogêneo, com diversas subcategorias.
1. Classificação dos Linfomas
a) Linfoma de Hodgkin (LH)
O Linfoma de Hodgkin é uma forma rara de linfoma que geralmente afeta jovens adultos, com pico de incidência entre 15 e 35 anos e após os 50 anos.
Características histológicas : A principal característica do LH é a presença de células grandes e multinucleadas chamadas células de Reed-Sternberg . Estas células são um marcador diagnóstico de LH.
Localização : inicialmente, afeta os linfonodos, mas pode se espalhar para outros órgãos como fígado, pulmões e medula óssea.
Fatores de risco : História familiar de LH, infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) e imunossupressão.
b) Linfoma Não-Hodgkin (LNH)
O Linfoma Não-Hodgkin é mais comum e abrange uma variedade de subtipos, dependendo do tipo de linfócito envolvido e do grau de agressividade do tumor.
Tipos principais :
Linfoma de Células B : Representa a maioria dos casos de LNH. Inclui subtipos como linfoma folicular , linfoma difuso de grandes células B (LNDGB), linfoma de células do manto e linfoma marginal .
Linfoma de Células T : Menos comum, mas pode ser mais agressivo. Inclui subtipos como linfoma T periférico e leucemia/linfoma de células T grandes .
Fatores de risco : Idade avançada, doenças autoimunes (como artrite reumatóide), infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) e HIV, e exposição a pesticidas ou produtos químicos.
2. Fisiopatologia
Os linfomas resultam da transformação maligna dos linfócitos, que são células responsáveis pela defesa imunológica. Esses linfócitos alterados se multiplicam de maneira descontrolada e se acumulam nos linfonodos ou em outros tecidos do sistema linfático, causando o aumento dos linfonodos e comprometendo a função imunológica do organismo.
Células de Reed-Sternberg : No LH, as células de Reed-Sternberg são produzidas histologicamente e são características do tipo de linfoma. Estas células têm múltiplos núcleos e substâncias produzidas que favorecem o crescimento do tumor e a propagação para outros órgãos.
Transformação clonal : Nos LNHs, as células malignas geralmente se originam de uma única célula linfóide que sofreu uma mutação genética. Elas começam a se dividir e a formar massas tumorais.
3. Quadro Clínico
Os sintomas dos linfomas podem variar dependendo do tipo e da localização do tumor, mas incluem:
Aumento dos linfonodos : O sintoma mais comum do linfoma é o aumento indolor dos linfonodos, especialmente no pescoço, axilas e virilha.
Sintomas B : Perda de peso inexplicada, febre e suores noturnos são chamados de "sintomas B", sendo comuns em linfomas agressivos.
Sintomas gerais : fadiga, cansaço, perda de apetite e prurido generalizado.
Comprometimento de órgãos : Quando o linfoma afeta órgãos como fígado, pulmões ou medula óssea, surgem sintomas relacionados à deficiência desses órgãos, como dor abdominal, dificuldade respiratória ou sinais de insuficiência medular (como sangramentos e infecções recorrentes).
4. Diagnóstico
O diagnóstico de linfoma envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem:
a) Exame físico
Avaliação dos linfonodos, fígado, baço e outros locais que possam estar infiltrados.
b) Biópsia de linfonodo ou tumor
A biópsia é o principal exame diagnóstico, permitindo a análise histológica do tecido afetado para identificar as características malignas das células. No caso de LH, a presença de células de Reed-Sternberg é um marcador diagnóstico.
c) Exames de imagem
Tomografia Computadorizada (TC) , Ressonância Magnética (RM) e PET-CT são usados para determinar a extensão da doença e identificar linfonodos e órgãos comprometidos.
d) Exames laboratoriais
Hemograma: Pode revelar anemia, leucocitose ou leucopenia, e trombocitopenia.
Biópsia de medula óssea : Para avaliar a infiltração de medula óssea em células malignas, especialmente em linfomas mais avançados.
e) Imunofenotipagem e técnicas moleculares
A análise de células tumorais por citometria de fluxo e técnicas como FISH (hibridização in situ por fluorescência) ajudam a identificar anomalias genéticas específicas que podem direcionar o tratamento.
5. Tratamento
O tratamento dos linfomas depende do tipo, da extensão da doença e do estado geral do paciente, e geralmente envolve:
a) Quimioterapia
O tratamento de linfomas é frequentemente baseado em esquemas de quimioterapia que visam destruir as células tumorais. Os esquemas mais comuns incluem ABVD (utilizado no tratamento do LH) e R-CHOP (utilizado no tratamento de LNH de células B).
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