No mundo, ela está por trás de guerras, massacres e agressões. No Brasil, apesar da miscigenação e da diversidade de credos, a intolerância religiosa também deixa suas marcas. Em 2014, igrejas católicas de diferentes cidades do interior de Minas Gerais foram atacadas. No Rio, terreiros de candomblé tornaram-se alvos de vândalos. O da Mãe de Santo Conceição d'Lissá, em Duque de Caxias, já sofreu oito invasões. O que estaria por trás do aumento das notificações de casos de intolerância registrados por órgãos como a Secretaria de Direitos Humanos, em Brasília?
“Não conheço nenhuma religião que seja totalmente tolerante, aberta e fraternal com as demais. Todas as religiões têm a veleidade de serem as donas da verdade”, destaca o antropólogo Luiz Mott, ex-dominicano e hoje ateu.
Para o professor de História Moderna da Universidade Federal Fluminense (RJ), Ronaldo Vainfas, aumentou “a visibilidade das situações de intolerância”, não o preconceito religioso no Brasil. As denúncias de hoje se apoiam em direitos adquiridos pela população nas últimas décadas. Além de a Constituição de 1988 garantir a liberdade de crença, desde 1997 a discriminação contra religiões já é considerada crime no país, graças à Lei 9.459.
Apesar do número crescente de casos de violência contra grupos religiosos, o Brasil ainda se orgulha de sua tradição de multiculturalismo e do sincretismo religioso experimentado desde os tempos de colônia. Salvador, onde se vivencia o encontro de diferentes fés até na porta das igrejas, e Foz do Iguaçu, região de fronteira que abriga gente de diversos países e crenças, são alguns dos exemplos de boa convivência entre religiões que o Caminhos da Reportagem apresenta.
Os principais líderes religiosos do país refletem sobre a questão do preconceito. Referências para o budismo, o judaísmo, o protestantismo, o catolicismo e outras religiões compartilham suas visões sobre como enfrentar a intolerância e construir uma sociedade mais pacífica e igualitária.
Reportagem: Vera Barroso
Imagens: André Rodrigo
Auxiliar técnico: Alexandre Souza
Direção: Rafael Casé
Edição de texto: Renata Cabral
Editora-assistente: Carolina Pessôa
Roteiro: Márcio Parente
Produção executiva: Linei Lopes
Edição de imagens, som e finalização: Fábio Melo
Sonorização: Leonardo Meirelles
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