O ano era 1983, o mundo estava se recuperando da sua segunda crise do petróleo de 1979, e em Cabo Canaveral na Flórida, a FIAT apresentava seu primeiro veículo global dessa nova geração, o Fiat UNO. Com design feito por Giorgetto Giugiaro, designer famoso por desenhar os carros mais icônicos de uma geração, como Audi 80, DMC DeLorean e Lancia Delta. O uno contava com uma ampla área envidraçada, por isso que sua tia Gertrudes adora o mille eletrônic 1993 dela. Suspensão independente e uma manutenção relativamente simples.
Em terras brasileiras o Uno desembarcou em 1984, apenas um ano depois do seu lançamento, criando o segmento dos carros populares, unindo preço baixo, desempenho mais que aceitável com motores 1050 (Versão S) e 1.3L (Versão S e CS) herdados do fiat 147.
Como nem tudo são flores, para se tornar economicamente viável algumas modificações foram feitas para o mercado brasileiro. Ele provavelmente seria o unico carro da familia necessitando de espaço no porta malas, sendo assim o Step foi alterado de posição, saindo de lá e indo direto para baixo do capô, além disso a suspensão traseira foi simplificada, saindo as molas helicoidais com eixode torção do modelo internacional e entrando o feixe de molas, que deixava o carro com uma característica peculiar, quando carregado, as rodas ganhavam cambagem.
Como a proposta do carro era ser algo popular, itens praticamente obrigatórios nos anos 90 foram retirados, como encosto de cabeça para os ocupantes dianteiros e retrovisor do lado do passageiro.
Ele permaneceu igual até os anos 90, quando o governo reduziu a alíquota de IPI de veículos até 1000cc de 40 para 20%, e como o uno já possuía uma versão com 1050cc o time de engenharia fez algumas modificações para conseguir deixar o uno abaixo de 1000, chegando a 994. Isso custou alguns pôneis mas foi o que fez o uno decolar de vez, tendo como único concorrente na época o Gurgel BR-800.
Em 1992, saia de cena a frente alta dos primeiros modelos e entrava a frente baixa, trazendo um visual mais moderno. Além disso, ele trouxe também uma revolução na industria automotiva: a presença de um par a mais de portas.
Até então, existiam outros modelos com 4p, porém eram modelos voltados a frotistas. Tanto que até hoje pouquíssimos carros são oferecidos nas versões 2p.
Em 1994 o uno foi o primeiro modelo de turbo nacional, com o lançamento do Uno Turbo I.e que era equipado com um motor italiano de 1.4L, 118cv e 175n/m de torque, chupa Up, pode não parecer muito nos dias de hoje, mas nos anos 90 isso era muita coisa, original possuía o 0-100 na casa dos 9s deixando pra trás praticamente todos os carros ditos como esportivos da época, como o gol GTI e Kadett GSI.
Como apenas 1081 unidades desse modelo foram fabricadas, ele acabou se tornando um carro raro, caro e extremamente colecionável.
10 anos depois, em 2004, a Fiat fez a reestilização do modelo “frente alta” trazendo faróis com lentes lisas e um visual um pouco mais moderno (ou menos antiquado). Como a proposta do carro sempre foi ser um veículo de entrada, era muito complicado fazer alguma grande atualização e manter o preço baixo, e aproveitando a onda da linha “Adventure” a fiat lançou o modelo Way, que partia do mesmo apelo fora de estrada que o Adventure mas numa versão mais light com plásticos menos pronunciados e menos modificações estéticas. Isso deu uma sobrevida para o modelo que possuia o mesmo desenho praticamente há mais de 20 anos.
Em 2010 o Uno como conhecemos, a botinha ortopédica, sai de cena e entra a Segunda geração, o Novo Uno. A produção do Uno primeira geração continuou em paralelo ao novo Uno como Uno Mille, se encerrando em 2013 com a versão Grazie Mille, “Obrigado Mille” em italiano.
A segunda geração do uno continuou sua produção, ganhando um aspecto mais premium, o visual “round square” ou quadrado arredondado, deixando de lado a essência do carro básico da primeira geração, isso se deu em parte pela necessidade de mais equipamentos de segurança por lei e também as preferências do público que não se contentava mais com um carro “pé de boi” que serviria apenas para levar do ponto A ao ponto B.
Em 2015 a Fiat trouxe o Uno com câmbio Dualogic e Start Stop.
em 2017 a Fiat lança o uno com os novos motores Firefly 1.0 (3 cilindros) e 1.3 (4 cilindros)
em 2021 a Fiat anuncia a despedida definitiva do uno, com uma versão Ciao, de apenas 250 unidades numeradas.
Essa é a história do Uno aqui no Brasil, acham que vai deixar saudades?
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