Meus muito caros Brasileiros,
Há 195 anos meu tetravô, o Imperador Dom Pedro I — em boa medida inspirado pela Imperatriz Dona Leopoldina — proclamou a Independência do Brasil, com o coração cheio de esperanças pelo futuro da Nação que nascia desse feito.
A proclamação da Independência não se deu como um ato de ruptura com nosso passado, mas procurou seguir a trilha civilizatória que nossos ancestrais vinham imprimindo à Terra de Santa Cruz desde seu nascedouro.
Passados quase dois séculos, desde aquele 7 de Setembro, muitos brasileiros sentem-se desanimados com a desmoralização generalizada das instituições republicanas, com o descrédito acentuado de tantos e tantos de nossos homens públicos. E consideram com apreensão o futuro de nosso vilipendiado Brasil, a quem, entretanto, a Providência dotou de riquezas a bem dizer inesgotáveis, de esplendorosas belezas naturais e de um povo cordato e laborioso.
Como Chefe da Casa Imperial do Brasil, não posso deixar de considerar com especial benevolência o crescente número de nossos patrícios – em grande medida jovens – que se voltam com afeto e esperança para nosso passado monárquico, vendo nele uma saída de continuidade para a imensa crise que se abate sobre o País. O exemplo de nossos maiores é para eles inspirador: Dom João VI, que olhou para o Brasil cheio de bondade, para aqui transladou a capital do Reino Unido e aqui foi aclamado, plantando a semente de nossa nacionalidade; Dom Pedro I, o ardoroso herói da Independência, que se sacrificou pela Pátria; Dom Pedro II, que por meio século garantiu a estabilidade, a paz, a integridade e, sobretudo, a grandeza da Nação; a Princesa Isabel, a Redentora de toda uma raça, que não hesitou em arriscar seu trono para libertar o elemento servil. É, pois, compreensível que cresça a cada dia um legítimo e digno sentimento monárquico, que aguarda alvissareiro sua efetividade política em dias futuros, sempre dentro da observância da ordem.
A Família Imperial, mesmo durante os 128 anos de regime republicano, soube aproveitar todas as oportunidades para bem servir o Brasil, dentro da mais estrita legalidade. Temos a consciência, como nos ensinaram nossos maiores, que nós, mais ainda do que quaisquer outros brasileiros, temos pesadas obrigações para com a Pátria, e devemos estar dispostos a servi-la em qualquer campo e em qualquer momento que isso nos seja pedido.
Na presente conjuntura histórica, em que um feixe de crises institucionais atinge os fundamentos de nossa nacionalidade e os valores cristãos que sempre a regeram, e em que comoções ideológicas e turbulências externas parecem espreitar à nossa porta, como Chefe da Casa Imperial do Brasil gostaria de dirigir um apelo à sociedade brasileira a que não permita que o desânimo a faça desfalecer ante um presente desolador. Cabe a cada brasileiro empenhar seus esforços para despertar do letargo e do comodismo a muitos de nossos compatriotas, para impedir que as forças minoritárias do caos subjuguem nosso Brasil independente.
Rogo, pois, a Nossa Senhora Aparecida, a quem Dom Pedro I consagrou o Brasil como Rainha e Padroeira, que guie nosso povo na presente conjuntura, para que alcance o futuro de grandeza e de esperança cristãs que palpita no coração de cada verdadeiro brasileiro.
São Paulo, 7 de Setembro de 2017
Dom Luiz de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil
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Trecho retirado da transmissão ao vivo realizada pela Liga Azul Monarquista Brasileira - OIB.
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