O avanço da ciência ao longo dos últimos meses permitiu que muitas entidades adotassem posturas contundentes contra a adoção do tratamento precoce ou do "kit covid".
No Brasil, um dos primeiros órgãos a se posicionar foi a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Em junho de 2020, a entidade produziu o primeiro documento analisando a pouca evidência científica disponível de alguns remédios, como a hidroxicloroquina. Ao longo dos meses, atualizou esses pareceres e adotou uma posição muito firme contra o tratamento precoce.
Nesta entrevista ao repórter André Biernath, da BBC News Brasil, o médico Clóvis Arns da Cunha, presidente da SBI, relata que a repercussão dos posicionamentos fez com que ele próprio e vários membros da entidade fossem atacados pelas redes sociais e chegassem a receber até ameaças de morte – parte desse comportamento, diz, veio até de médicos que preferiram defender "ideologia, em vez da ciência".
Cunha também relata incômodo com a falta de respaldo de outras entidades ao longo de 2020. A Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) não chancelaram os posicionamentos da Sociedade Brasileira de Infectologia e não se manifestaram contra o tratamento precoce e o "kit covid".
Ele também critica o governo federal, principalmente ao comentar a situação de Manaus. "Eles levaram o kit ilusão, o kit covid, que desde junho todas as sociedades médicas científicas e autoridades sanitárias do mundo sabem que não funciona. Eles deveriam oferecer oxigênio, UTI e mais pessoas para tratar o querido povo de Manaus. Isso foi a gota final de quão errado o ministério estava."
Confira no vídeo os principais trechos da entrevista.
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