Evento online sobre o manejo da podridão floral, doença que ocorre quando a florada coincide com períodos chuvosos, o que deve acontecer nas próximas semanas.
Respostas das perguntas:
• Julia Scholten - Boa noite, controle químico de podridão floral somente com triazol funciona? Ou precisa adicionar uma estrobilurina?
- Julia, o triazol apresenta efeito e pode ser usado em doses variando de 4,2 a 5,6 mg de ativo/m3 de copa. Porém, o triazol em mistura com estrobilurina é mais eficiente. Nunca use a estrobilurina pura, pois há risco de resistência.
• Lucas Guimarães - Boa noite. O uso de nutrição com cobre pode prevenir a podridão floral?
- Lucas, os produtos à base de cobre não apresentam eficiência satisfatória no controle da podridão floral. Os cobres fixos (oxicloreto de cobre, hidróxido de cobre ou óxido cuproso) devem ser usados para controlar doenças causadas por fungos durante a frutificação (pinta preta, melanose e verrugose), nos troncos e ramos (rubelose) e o cancro cítrico causado por uma bactéria.
• Newton Roda - Qual a indicação de biocontrole?
- Caro Newton, no momento não há agentes de biocontrole com eficiência satisfatória para uso em larga escala no campo no controle dessa doença.
• Verny Klein - Alguma relação com a temperatura essa doença pois, no Rio Grande do Sul, faz muita diferença. Uma hora é muito frio na florada e em outros anos é muito quente na florada.
- Verny, a infecção das flores ocorrerá em maior quantidade em temperaturas em torno de 25 graus. Entretanto, o fungo também pode infectar as flores em temperaturas mais baixas ou mais altas. As temperaturas abaixo de 20 graus podem prolongam o período de florescimento sem interferir consideravelmente do desenvolvimento do fungo, aumentando-se as chances de infecção das flores.
• Alexandre Peixoto - Por que não vejo ensaios com carboxamidas em mistura com estrobirulinas sendo que temos produto com registro para preservar as estrobitulinas?
- Caro Alexandre, as carboxamidas estão sendo testadas; porém, até o momento, nenhuma apresentou resultado promissor nas doses recomendadas pelo fabricante. Na literatura, há trabalhos que mostram que a única carboxamina registrada em citros no Brasil e incluída na lista ProteCitrus não apresenta efeito sobre o fungo Colletotrichum acutatum.
• Pablo Rosina - Qual seria a fase inicial para iniciar o tratamento PREVENTIVO, com qual frequência deve-se repetir as aplicações e qual volume ideal?? Uruguaiana/RS
- Caro Pablo, o controle deve ser feito sempre antes das chuvas ou quando o molhamento é prolongando é superior a 12-14 h. Não há uma frequência ou um intervalo fixo a ser adotado. Durante a florada, se o clima estiver seco (molhamento superior 12-14 h), não há necessidade de proteger as flores. O volume ideal é de 20 a 40 mL de calda por metro cubico de copa (baixe o App SPIF e faça a estimativa do volume de calda por ele).
• Luiz Fernando Girotto - Pergunta para o Dr. Mauricio: existem variedades comercias mais sensíveis e mais tolerantes a doença?
- Caro Girotto, todas as laranjas doces são suscetíveis; porém, a ‘Pera’ e a ‘Natal’ apresentam mais problemas, devido às floradas múltiplas ou prolongadas. A ‘Hamlin’ e as demais variedades com florescimento mais curto tendem a apresentar menos problemas com a podridão floral.
• Emerson José Fontanelli - Boa noite. Pergunta para o Mauricio: Na lima acida tahiti que flora praticamente o ano todo o que fazer para evitar que se crie resistência. A utilização de produtos biológicos seria uma opção?
- Caro Emerson, a sugestão é fazer as aplicações somente quando o clima for favorável para as infecções. Assim, os produtos serão menos utilizados ao longo da safra. Use o sistema de previsão como referência e proteja as flores apenas quando ele indicar risco alto ou extremo de ocorrência da PFC. Em condições de clima muito favorável, os biológicos disponíveis no mercado não apresentarão eficácia desejada e os prejuízos poderão ser significativos.
• Eng. Agr. Fernando Mascaro Mascaro - Dra. Lilian, existe alguma correlação nutricional (deficiência de algum nutriente específico) com a PFC?
- Caro Fernando, as plantas estressadas ou mal nutridas tendem a apresentar mais problemas de PFC. O mesmo ocorre para plantas atacadas por outras doenças (gomose, declínio, HLB, etc.).
• Orlando Sampaio Passos - O Tahiti é mais suscetível do que a laranja?
- Caro Orlando, tanto a lima ‘Tahiti’ quanto as laranjas são suscetíveis às infecções pelo fungo. A intensidade da doença parece estar mais relacionada com o clima durante a florada (chuva e molhamento prolongado) e o padrão de florescimento (mais longo, floradas múltiplas, inflorescência mais agrupada, etc).
Continuação nos comentários.
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