Um assunto delicado, preocupante e que merece ser tratado com inteligência e sensibilidade. Com a contínua emigração de jovens portugueses e perante um decrescimento demográfico que se arrasta por mais de uma década, Portugal, se não incentivar a imigração, possivelmente terá uma grave e intensa perda populacional e consequente problemas económicos e sociais decorrentes desta.
Particularmente, minha maior preocupação é com a população idosa e que está a envelhecer. Boa parte dos cuidadores de idosos em Portugal já são estrangeiros. Sem imigrantes a ajudá-los e com os filhos e netos emigrados ou a emigrar,, os sêniores portugueses teriam ainda maiores dificuldades de sobrevivência.
Envelhecimento do país pode atrasar a retoma da economia
Bruxelas avisa que poderá haver uma saída mais lenta da crise nos países da UE mais envelhecidos. Portugal está em terceiro lugar, atrás de Itália e Alemanha, mas caminha a passos largos para ultrapassá-las.
A velocidade a que as diferentes economias europeias vão sair da crise causada pela pandemia vai depender das respetivas estruturas demográficas, avisa a Comissão Europeia no primeiro relatório europeu sobre a matéria. O documento antecipa progressos mais lentos para os países da União Europeia (UE) mais envelhecidos, como Portugal. É o terceiro estado da União mais envelhecido e está ainda entre os que mais envelheceram ao longo dos últimos anos.
O relatório sobre o impacto das alterações demográfica, publicado esta quarta-feira (17 de junho), vem alertar para um agravamento, por efeito da pandemia, dos problemas preexistentes provocados pelo acelerado envelhecimento europeu: desde redução da população disponível para trabalhar e da criação de emprego, passando pela carga sobre sistemas de saúde, despesa pública e sistemas de pensões, e indo até uma maior empobrecimento relativo das populações.
"A estrutura económica e demográfica de cada país vai ser um fator na velocidade e capacidade de recuperação", refere o relatório preparado pela comissária europeia Dubravka Šuica a partir do qual Bruxelas se propõe identificar as populações, regiões e comunidades mais afetadas pelo envelhecimento e despovoamento. O novo Fundo Europeu de Recuperação irá, de resto, alinhar também apoios também para preparar os territórios para um futuro com mais cabelos brancos, refere o documento.
Portugal surge na comparação europeia como um dos países mais vulneráveis. Com uma mediana de idades nos 45,2 anos, o país é hoje o terceiro mais envelhecido da União, atrás de Itália (46,7 anos) e da Alemanha (46 anos). A média da EU a 27 está em 43,7 anos.
Mas o país caminha rapidamente para o topo da lista dos mais envelhecidos. Nas últimas duas décadas, viu a mediana de idades aumentar 7,3 anos. Só houve um envelhecimento mais rápido na Roménia (8,1 anos) e na Lituânia (7,8 anos). Em média, o bloco envelheceu 5,3 anos.
Para esta evolução, contribui a baixa natalidade em Portugal, o país da União Europeia onde mais prevalecem os filhos únicos. Os dados do Eurostat citados no documento da Comissão Europeia, relativos a 2019, mostram que seis em cada dez famílias portuguesas (58%) têm apenas um filho. Já a média dos 27 é de 47%, com Suécia, Irlanda, Holanda a terem das famílias mais numerosas onde o peso dos filhos únicos não vai além dos 40%.
Um dos principais problemas europeus é a forte redução da população disponível para trabalhar, que deverá encolher 18% para apenas 220 milhões de indivíduos ao longo dos próximos 50 anos. E este é um cenário que a pandemia deve agravar. "Apesar de ser demasiado cedo para concluir se a crise atual alterará as projeções de longo prazo, as primeiras previsões após o início do surto estimam contrações significativas do emprego. Dependendo de como o vírus se espalhar, isso pode resultar em ainda menos pessoas ativas em simultâneo".
Combater o desemprego jovem e integrar pessoas no mercado de trabalho vai ser um desafio ainda maior, antecipa o relatório, sublinhando a necessidade de haver mais políticas de reconversão de mão-de-obra, de atração das mulheres e de indivíduos mais velhos para o trabalho. Digitalização, automação, energias limpas são, por outro lado, os caminhos que Bruxelas aponta agora para obter incrementos de produtividade com menos pessoas.
Por outro lado ainda, expõe o relatório, a pandemia veio reforçar a necessidade de robustecer os sistemas de saúde para resposta a uma população mais velha e vulnerável perante o novo coronavírus.
A Comissão Europeia antecipa, assim, aumentos da despesa pública decorrentes quer de uma população mais envelhecida, quer de um mercado de trabalho menor, ainda sem atualizar projeções. Antes da atual crise, a previsão era de que o custo da transição demográfica passasse a pesar 26,6% do PIB da UE até 2070.
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