Papa Francisco agradece a jornalistas pela exposição de escândalos sexuais na Igreja
O Papa Francisco agradeceu neste sábado a jornalistas pela ajuda na descoberta de escândalos de abusos sexuais que a Igreja Católica inicialmente havia tentado esconder. Ele elogiou o que chamou de "missão" do jornalismo e disse que é vital que os repórteres saiam de suas redações e descubram o que acontece no mundo exterior para conter a desinformação frequentemente encontrada no universo da internet.
— Agradeço pelo que vocês nos dizem sobre o que há de errado na Igreja, por nos ajudar a não varrer nada para debaixo do tapete e pela voz que vocês deram às vítimas de abuso — disse o papa.
Francisco participou de uma homenagem a dois veteranos correspondentes (Philip Pullella, da Reuters, e Valentina Alazraki, da mexicana Televisa) pela sua extensa carreira cobrindo o Vaticano.
Os escândalos de abuso sexual ganharam as manchetes em 2002, quando o jornal americano The Boston Globe publicou uma série de artigos expondo casos de abuso de menores por clérigos, que a Igreja costumava ocultar.
Desde então, os escândalos atingiram a Igreja em muitos países — mais recentemente na França, onde uma investigação descobriu, em outubro, que integrantes do clero abusaram sexualmente de mais de 200 mil crianças nos últimos 70 anos.
Críticos acusam Francisco de demorar muito a dar uma resposta aos escândalos depois que ele se tornou Papa, em 2013, e de acreditar mais na palavra de seus colegas clérigos do que na versão das vítimas de abuso.
Em 2018, ele tentou corrigir os erros do passado, admitindo publicamente que estava errado sobre um caso no Chile e jurando que a Igreja Católica nunca mais tentaria encobrir esse tipo de transgressão. Em 2019, o papa convocou uma "guerra total" contra um crime que deveria ser "apagado da face da Terra".
Francisco disse, neste sábado, que os jornalistas têm a missão de “explicar o mundo, torná-lo menos obscuro e fazer com que as pessoas tenham menos medo”. Para fazer isso, disse, os repórteres precisam "escapar da tirania" de estar sempre on-line e devem sair para ver o mundo real.
— Nem tudo pode ser dito por e-mail, telefone ou telas — disse ele.
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