DRA. LÚCIA RIBEIRO É QUEM VAI DITAR O INÍCIO DO TURBO V8: NÃO ESTARÁ VENÂNCIO MONDLANE A COARTAR O CONSELHO CONSTITUCIONAL?*
Calisto Goveia Jr.
Presidente eleito pelos Moçambicanos, Venâncio Mondlane, cujos únicos defeitos são a genialidade e a practicidade, falou à nação, na passada segunda-feira. O discurso dessa live era esperado com grande expectativa, visto que o mesmo marcaria o fim de um momento e início do outro, relativamente às Manifestações que se vêem em todo o país, desde o anúncio dos resultados fraudulentos das últimas Eleições Gerais pela Comissão Nacional de Eleições.
Venâncio Mondlane, movido por um elevado sentido de humanismo, suspendeu as Manifestações, devido à ocorrência do Ciclone Chido nas províncias nortenhas de Moçambique, com maior incidência em Cabo-Delgado. Preocupado com o povo, o apelo feito por este líder e político de gema, é que todos os esforços dos Moçambicanos se unam em prol das muitas famílias vítimas do ciclone.
Quanto à fase TURBO V8, píncaro das Manifestações, da qual se espera a reposição total da verdade eleitoral, Venâncio Mondlane fez uma declaração interessante: "A Dra. Lúcia Ribeiro, presidente do Conselho Constitucional, é que vai ditar o avanço ou recuo do Turbo V8". O que se está a dizer aqui não é necessariamente que tudo dependa do Conselho Constitucional. Só que é exactamente o ocórdão deste órgão que será, ou o combustível que vai incendiar o país ou a água que vai debelar as chamas.
Diante disso, já alguns analistas vieram condenar o posicionamento de Venâncio Mondlane, acusando-o de estar a coartar o Conselho Constitucional a decidir a seu favor. A insinuação que se faz é que é tendencioso que a sua derrota/vitória das Eleições seja o início/não de uma nova vaga de Manifestações.
Todavia, considerando que a própria Comissão Nacional de Eleições reconheceu, publicamente, ter havido números discrepantes, editais falsificados, enchimento de urnas, o debate muda completamente de rumo. Um princípio básico da lógica reza que de duas premissas falsas não se pode obter uma conclusão verdadeira. Assim também, de números discrepantes, editais falsificados, e enchimento de urnas, não se podem esperar resultados transparentes e justos.
O discurso de Venâncio Mondlane não é uma ameaça. É um aviso. Caso os juízes do Conselho Constitucional se dêem ao luxo de fazer ecoar a vontade de um grupo movidos por algum interesse, e não a vontade do povo depositada nas urnas, estará a declarar em voz alta que Moçambique pode ir ao caos. Nesse caso, incendiário não é o discurso de Venâncio Mondlane; é a decisão inconsequente que a cúpula dirigida pela Dra. Lúcia Ribeiro vier a tomar. Sabemos todos que desde que se instituiu a Democracia Multipartidária em Moçambique, eleições postiças têm usurpado o sonho de um povo que a única coisa que vê mudar são as formas de opressão.
Em síntese, o discurso de VM7 significa: UMA GRANDE PORTA DA LIBERDADE SE NOS ABRIU; E SE O CC TENTAR FECHÁ-LA À FORÇA, A FÚRIA POPULAR IRÁ ARROMBÁ-LA. E TODOS SAIREMOS A PERDER!
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