O pastel com o caldo de cana é tradição nas feiras livres e nos botecos. Uma combinação que resiste ao tempo e se reinventa para conquistar novos paladares.
A massa do pastel foi usada por imigrantes japoneses em São Paulo, nos anos 40, para evitar discriminação no país durante a Segunda Guerra Mundial, uma vez que o Japão apoiou a Alemanha. O caldo de cana começou a ser produzido e consumido por pessoas negras escravizadas nos engenhos de cana-de-açúcar.
A cana é muito mais antiga no Brasil do que o pastel, começou a ser cultivada em engenhos ainda em 1516. Nessas plantações, as pessoas negras que foram escravizadas consumiam o caldo da cana, também chamado de garapa, devido o potencial energético.
O pastel que começou com os imigrantes no litoral de Santos, virou queridinho e se espalhou por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte na década de 1950. Dez anos depois começou a fazer sucesso no Brasil todo.
No princípio, o recheio do pastel era uma mistura de carne de porco com a bovina, mas, conforme foi se tornando popular, isso também se “abrasileirou”. As proteínas foram separadas e depois vieram outros sabores. Em Minas Gerais, o famoso queijo. Hoje em dia encontram-se até doces, como Romeu e Julieta.
O pastel e o caldo de cana movimentam o agronegócio brasileiro até hoje . A cana-de-açúcar, por exemplo, é utilizada tanto para a garapa quanto para a cachaça (que, além de ser apreciada sozinha, dá a crocância em receitas como a do pastel). Apesar dos sabores combinarem e serem apreciados por muitos, os especialistas garantem que um alimento anula os benefícios do outro.
A médica nutróloga Valéria Goulart, diz que o pastel, por ser frito,diminui o colesterol bom, eleva o ruim e estimula a produção de radicais livres, que são substâncias químicas tóxicas.
O caldo de cana, além de ser uma bebida deliciosa, é um clássico da cozinha brasileira com função antioxidante. “A garapa é considerada um combo de nutrientes, rica também em fósforo, magnésio, sódio, ferro, carboidratos e vitaminas. Um dos seus benefícios mais comuns é o efeito energético, gerado por causa do açúcar. Por isso o caldo é recomendado durante e após exercícios intensos”, diz a especialista.
Para quem sofre com o intestino preso, a médica nutróloga diz que a garapa também pode ser uma aliada, pois ela ajuda a melhorar a função do fígado, que produz a bilirrubina, que, por sua vez, ajuda misturar as gorduras, o que acaba tendo um efeito laxante e alivia dores intestinais.
“As outras vantagens vão desde função calmante, ajudando a amenizar o estresse, à proteção do sistema neuronal, que previne doenças degenerativas, como o Mal de Parkinson”, complementa Valéria Goulart .
A bebida pode apresentar coloração amarela, parda ou verde-escura, conforme o grau de degradação da clorofila. É opaca e de textura levemente viscosa. O alto teor de água e açúcar (sacarose) torna a garapa um produto extremamente perecível. Por isso, é importante saber como escolher um bom caldo de cana.
| Jimmito
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