Como podemos explicar a incorporação da tecnologia em nossas vidas quando as tecnologias de comunicação fazem circular o "ruído" (branco?), o "furor” (coletivo?) do mundo, infletindo nosso inconsciente, bem como nossa consciência, individual e coletiva? Analisaremos alguns trabalhos cinema e instalação nas quais uma certa forma de pertencimento a uma certa mídia são produzidas por uma forma estranha de intermidialidade –uma assembléia de corporeidades e tecnologias, uma articulação/fusão de percebedor e percebido, imagem, som e dispositivo – que se dá pela interpolação anacrônica de mídias antigas e novas, ou pela assombração de uma mídia por outra. O "entrelaçamento" de mídia e da imagem aplica-se igualmente aos dois eixos entrelaçados que normalmente enquadram as definições de um meio: pode servir para descrever as trocas que ocorrem como um cruzamento e criação de diversas mídias ou para evocar as reconfigurações da tecnologia e do dispositivo que condicionam a produção, a exibição e a recepção de conteúdo antigo e novo. Os trabalhos analisados exploram as maneiras pelas quais as imagens criadas por um meio específico testemunham sua proximidade com outro meio, revelando os processos e padrões pelos quais a matéria audiovisual é atualizada pela materialidade da mídia ela mesmo. A forma como a matéria perceptível se torna acessível aos nossos sentidos e nossa compreensão se tornou uma questão fundamental em nossas existências permeadas tecnologicamente: as imagens parecem onipresentes, mas o que nos é dado a ver ao final, entre as imagens atualizadas e as que permanecem virtual?
Na imagem: Figuras na Paisagem, do artista, 2011
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