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Minha nossa senhora essa madrugada nem deu pra dormir (nem deu pra dormir)
O barulho do águia sobrevoando me fez despertar (me fez despertar)
Passou no jornal a polícia invadindo e claro que eu ouvi (claro que eu ouvi)
A troca de tiro impede outra vez do meu filho estudar
Quem te enganou que o favelado tá seguro dentro da sua própria casa?
Quem me garante que uma bala perdida
Na hora do tiroteio, nunca vai me achar?
É por isso que o governo brasileiro
Na visão do favelado, é uma piada (do favelado, é uma piada)
Tanto sonho interrompido, mais um coração partido
Eles fizeram muita mãe chorar
Des-trava (destrava)
Deixa na agulha, Kalashinikov
Re-para (repara)
O caveirão e a barca da Choque
Eles trazendo o cheiro da morte (o cheiro da morte)
Virou rotina esse corre-corre (o corre-corre)
E, nessa hora, o morador que sofre (sofre)
Deixo avisado que eu não acredito que exista um conto de fada (não-não)
Autoridade que era pra me proteger sobe o morro e me mata
Luto e luta das balas achada (das balas achada)
E o arrombado de terno e gravata (de terno e gravata)
Que autoriza essa guerra na minha favela enquanto outra bala se acha
Essa é minha realidade
É o reflexo que nós passa no morro (que nós passa no morro)
É bonita a paisagem
Mas é feio como tratam meu povo (como tratam meu povo)
Essa é minha realidade
É o reflexo que nós passa no morro
É bonita a paisagem
Mas é feio como tratam meu povo
BK, ei
Quanto dos nosso ainda vai morrer pra essa guerra se acabar?
Quantos João Pedros e Agatha na mira dos medos e HK?
Quanto mais tempo eu vou dizer e você vai fingir não me escutar?
É melhor aprender a não fazer pois estou aprendendo a me vingar
Até onde vidas negras importam, palcos, quadras ou nos seus fetiches?
Ou empregadas em BRT e vans lotadas e madame mandada mata de COVID
Até onde vidas negras importam, hashtag que as blogueiras racistas postam
Eu vou de Ademar Luquinhas, Santiago Raul, Luyara
Esse tipo de influência e resistência, propósito
Se não entende o que eu falo só imagina se isso fosse ao contrário
Sua vizinha com o filho morto nos braços
Que deixou mais um recém nascido e isso com 18 mal completados
Eu quero ver bocas sorrindo, mentes se abrindo, algemas caindo
Pra que a mãe não chore mais pelo filho, é por isso que eu rimo, fé
Essa é minha realidade
É o reflexo que nós passa no morro (que nós passa no morro)
É bonita a paisagem
Mas é feio como tratam meu povo (como tratam meu povo, fé, fé)
Essa é minha realidade
É o reflexo que nós passa no morro
É bonita a paisagem
Mas é feio como tratam meu povo
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Composição: MC Cabelinho e BK
Produção Musical: DJ Juninho da Espanha e Portugal
Mix: Arthur Luna
Master: Menudo (Cia dos Técnicos)
Direção: Pedro DaRua
Ass. Direção: Júnior Sales
Op. Camera: Diogo Oliveira
Montagem / edição: Pedro DaRua
Colorgrading / intro: Lucas Araujo
Imagens aéreas: João Maia
Diretor de Produção: Yhan Kepler
Ass. Produção 01: Danilo Franco
Ass. Produção 02: Matheus Portugal
Produção Executiva: Lucas Lang
Contatos para Shows em Todo Brasil:
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(21) 99509-0036 - Yhan Kepler
bookingcabelinho@sintz.com.br
FÉ 🎵👊🏽
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