Depois de três anos e meio de investigações, a Polícia Federal concluiu o inquérito e indiciou 116 pessoas por desvio de dinheiro público de creches conveniadas na capital. O processo ainda não acabou, agora a PF está investigando o prefeito Ricardo Nunes (MDB), por suspeita de fraudes em documentos de entidades conveniadas e desvio de verbas públicas federais destinadas às escolas de Educação Infantil.
A “máfia das creches”, como vem sendo classificada pela mídia, movimentou R$ 1,5 bilhão entre os anos de 2016 e 2020 por meio de uma complexa rede de organizações sociais, escritórios de contabilidade e fornecedores de materiais e serviços.
Na operação “Day Care” (creche), a PF descobriu que dos 152 Centros de Educação Infantil (CEI) conveniados à prefeitura, 112 falsificavam documentos para obter os repasses federais. A empresa Nikkey Serviços [controle de pragas e também tem contratos com a atual gestão] pertence à mulher e à filha do prefeito Ricardo Nunes.
Já a Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), que tem convênios de várias CEIs com a prefeitura, é presidida por uma funcionária da Nikkey Serviços, empresa da família de Ricardo Nunes.
“Dinheiro público que deveria ser destinado à qualidade da educação e alimentação oferecida nesses centros de educação infantil [CEIs] da rede parceira está sendo desviado e o mais escandaloso é essa investigação chegar no prefeito, por suspeita de que parte desses recursos tenha beneficiado sua família. Quem sofre é a população que precisa desse atendimento. Vemos casas virando escolas infantis. Há uma precarização do trabalho pela falta de condições e no atendimento a quem mais precisa”, frisa Luana Bife, coordenadora regional Leste II do Sindsep.
Em sua avaliação, os processos de privatização e terceirização prejudicam não apenas os serviços públicos, como a população. Por essa razão, o Sindsep segue lutando por concursos públicos, escolas da administração pública mantidas com verbas públicas.
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