História de Venda Nova
Como surgiu, se desenvolveu e o que representa
A ocupação provável da região de Venda Nova data do século XVIII. Pesquisas dos últimos anos localizaram documentos de 1781, que solicitavam autorização para comércio de secos e molhados junto aos tropeiros que passavam pelo lugar. No ano de 1784, dados históricos apontam para a existência de 2.300 habitantes. Em 1787, os moradores pediam a construção de uma capela na região.
Venda Nova pertenceu a Sabará, Santa Luzia e Ribeirão das Neves antes de ser definitivamente anexada à capital. Quando a capital foi inaugurada, alguns moradores deixaram o antigo Curral Del Rey para se instalar no bairro. O cronista Benvindo Lima, que registrou a história contemporânea da capital em seu livro Canteiro de Saudades(1910-1950), conta-nos que o povoado de Venda Nova era conhecido como Santo Antônio dos Clementes – nome dado pelos primeiros moradores.
Foi quando um português conhecido na região, abriu uma venda que oferecia todo tipo de produtos – de arroz e toucinho a querosene, caso raro na época. Como o estabelecimento era muito organizado, ganhou destaque e freguesia. Os clientes vinham de todas as partes, atraídos pelas vantagens da venda nova.
Há referências de vários nomes anteriores para a região, como Santo Antônio do Barranco e Santo Antônio de Venda Nova. Pela tradição oral, conta-se que o nome atual surgiu para identificar uma venda, que era mais nova em relação às anteriores.
Ao longo do tempo, a região desenvolveu-se de forma autônoma, criando uma outra cidade dentro da capital. Desde a década de 50, quando a ocupação se intensificava, vários bairros apareceram. Venda Nova começava, então, a ganhar seu caráter de cidade dormitório. Grande parte da população saía para trabalhar no Centro e em cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Até 1948, quando se tornou definitivamente parte da capital, Venda Nova manteve estrutura semelhante à que possuía no início do século XX. Como sua ocupação ocorreu sem planejamento, as construções foram surgindo de forma indiscriminada e até irregular. Nos anos 60 e 70, os próprios fazendeiros lotearam suas terras, anotando em um caderninho o nome dos compradores e valor da dívida, conta a historiadora Ana Maria da Silva, autora do livro Lembranças ... Venda Nova, com um pouco história da região por meio de fontes orais.
Segundo ela, Venda Nova se formou a partir de pessoas simples, que viviam da terra. A região não constava sequer da zona rural de Belo Horizonte. Por muitos anos, iluminação, transporte e enchentes foram problemas sérios e rotineiros. A partir de 1970, verificou-se uma melhoria no tocante aos investimentos públicos. Mesmo assim, em 1972, surgiu na região um forte movimento de emancipação, que entretanto, não obteve sucesso, mas motivou a criação, em 1973, da Administração Regional de Venda Nova, que atendendo aos anseios da população, veio descentralizar vários serviços prestados pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Em 1987, com a criação de mais sete Regiões Administrativas em Belo Horizonte, a região de Venda Nova foi redividida, dando origem à atual área jurisdicionada da região de Venda Nova, a área da região Norte e parte da região da Pampulha.
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