Lugar de mulher é onde ela quiser, diz Gabriela Manssur
Gabriela Manssur, ex-promotora de Justiça especializada em violência contra a mulher, diz que leis precisam ser mais rígidas.
Advogada, ex-promotora de Justiça, palestrante e especialista em violência contra a mulher, Gabriela Manssur esteve na Usina São José, em Macatuba, para uma palestra direcionada às lideranças da multinacional Zilor Energia e Alimentos.
E o tema não poderia ser outro senão a violência contra a mulher e as iniciativas que o poder público, a iniciativa privada e a sociedade podem e devem fazer para garantir a igualdade de gênero em todas as etapas.
“Mulheres, nesse mês de março o que você fez por você e para você? Um batom, um cabelo, uma roupa, um emprego, uma mudada de vida, uma denúncia?”, questiona em entrevista ao Acontece na Região
Gabriela Manssur diz que toda violência deve ser denunciada, mesmo que se tenha a impressão de que a impunidade ainda impera no Brasil e que é preciso que as leis sejam mais rígidas.
“A questão é: os homens são presos? As leis são rígidas a ponto de prender o agressor? Existe, infelizmente, uma flexibilização processual. Eu entendo que avançamos, mas vamos precisar de leis mais rígidas e da implementação dessas leis com mais eficácia. Senão parece que acaba em pizza e se a mulher denunciar, não vai dar em nada? Muitas vezes ela opta por não denunciar subnotificando os índices de violência e, infelizmente, podendo ser vítima de um feminicídio”, contextualiza.
Brasil está em 5º lugar no ranking da violência contra a mulher
O Brasil é o 5º país do mundo com maior índice de violência contra a mulher.
A cada 1 minuto, uma mulher é estrupada. A cada 20 segundos é registrado um caso de violência contra a mulher.
No ano passado, 22 milhões de mulheres foram vítimas de todo tipo de violência.
Gabriela Manssur não gosta de falar que o machismo, que é uma questão cultural, é o responsável pela violência contra as mulheres porque entende que a situação fica relativizada.
“O machismo é crime e o machismo mata. O Brasil, infelizmente, é um dos maiores países do mundo em termos de machismo e patriarcado. E a questão é como o Estado e a sociedade agem diante de uma violência contra a mulher? Culpabilização da mulher, relativiza ou justifica? Aplica as leis com rigidez? Infelizmente temos um cenário de total desrespeito à mulher brasileira”, exemplifica.
Gabriela Manssur elogia iniciativa da Zilor
Durante a entrevista, Gabriela Manssur disse que vê com alegria a iniciativa da Zilor em ouvir as mulheres e ver um trabalho de implementação de políticas que promovem a igualdade de gênero.
“Eu vejo com muita alegria, com entusiasmo porque é uma empresa que me parece que tem um público mais masculino e está tendo esse tipo de iniciativa. É importante quando as empresas se comprometem, de fato, com a promoção da igualdade de gênero e o combate à violência contra a mulher”, elogia.
Para o diretor-presidente da Zilor, Fabiano Zillo, é importante a empresa dar condições para a realização dos sonhos e oferecer um ambiente propício para o desenvolvimento das pessoas.
“Estamos trabalhando para criar um ambiente melhor, uma empresa melhor porque entendo que a diversidade nos fortalece”, disse.
Saiba mais sobre Gabriela Mansurr
Gabriela Manssur é advogada e foi promotora de Justiça por 20 anos. Deixou o Ministério Público para se candidatar a deputada federal, mas não se elegeu.
Na sua trajetória jurídica atuou na confecção de leis que punem os agressores de violência contra a mulher e em casos famosos como o de João de Deus, de Samuel Klein, dentre outros.
É fundadora do Instituto Justiça de Saia: [ Ссылка ] e idealizadora do Projeto Justiceiras: [ Ссылка ], dentre outras atividades.
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