No centro do Rio de Janeiro, na região da Igreja de Santa Rita, realiza-se a construção da linha 3 do VLT. No local se dava o sepultamento de africanos recém-chegados na época da escravidão, durante o século dezoito, quando muitos foram trazidos ao Brasil. Até a transferência para o Cemitério de Pretos Novos na Gamboa, neste lugar eram enterrados aqueles que, ao chegar, não sobreviviam às durezas da travessia e aos sofrimentos impostos durante a captura em sua terra mãe. Trata-se do mesmo fenômeno que ocorreu na região do Cais do Valongo: a presença de restos humanos e artefatos da vida de ancestrais escravizados, encontrados em local remodelado urbanisticamente. Setores da sociedade civil preocupados com a ancestralidade de origem africana reivindicam o tratamento adequado dessa área no sentido de dar dignidade e reconhecimento aos seres humanos ali depositados. O IPEAFRO e parceiros realizaram seminário para informar a sociedade sobre esse fenômeno, no intuito de contribuir para a construção de propostas para um tratamento adequado ao legado africano no contexto dessa nova linha do VLT e na perspectiva da reparação da escravidão negra no Brasil. Trata-se de um evento voltado à sociedade civil, sem cunho estritamente acadêmico.
Cultne com imagens e edição de Filó Filho, Alexandre "Xandão" Dias e Roberto Eddi MC registraram o evento em 20 de setembro de 2018 no Arquivo Nacional no Rio de janeiro. Imagens de arquivo: Tv Alerj e Cultne. Animação e criação de logomarca: Luiz Carlos Gá (criação) e Filó Filho (animação). Lá estiveram: • Monica Lima, historiadora e coordenadora do Laboratório de Estudos Africanos (LEÁFRICA/UFRJ); e integrante do comitê científico que preparou o dossiê da candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio da Humanidade. • Elisa Larkin Nascimento, diretora do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). • Milton Guran, vice-presidente do Comitê Científico Internacional do Projeto Rota do Escravo da UNESCO. • João Carlos Nara, Jr., membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, arquiteto e urbanista da Coordenação de Preservação de Imóveis Tombados da UFRJ, especialista na história de Santa Rita. • Luiz Eduardo Alves de Oliveira (Negrogun), presidente do Conselho de Direitos do Negro do Estado do Rio de Janeiro e membro da Comissão Pequena África. • Flávia Oliveira, jornalista e membro do Conselho de Matriz Africana do Museu do Amanhã.
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