Travessia feita no dia 13,14,15/06/2014.
Com o pessoal do CET (Centro Excursionista Teresopolitano).
Imagens feitas pelo Drone (FelipeEufrasio).
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Vale apena ler isto:
AS PASSADAS DE UMA TRAVESSIA
Voltar aqui não foi fácil, foram longos anos, idas e vindas de uma vida com encontros e desencontros.
Mas chegou o momento, mochila pronta. O peso que carregávamos correspondia a nossos apegos com o mundo material, de luxos e de bens supérfluos.
Algumas mochilas estavam leves e representava o desapego à vida e ao dia a dia, porém, outras estavam tão pesadas que doíam as costas a cada passada.
Ao decorrer das horas observava cada um e sua briga consigo mesmo, suas recordações, suas dores, seus desafios.
Havia aqueles que por amor a liberdade se desvinculou de vidas prontas e histórias comuns e de maneira metafórica arrancou um membro do corpo só para viver a tão sonhada liberdade.
Por outro lado, havia outros que estavam ali tentando fugir da realidade e dos problemas acarretados pela rotina. Deixaram para trás seus remédios controlados e se lançaram numa jornada de busca interior, de cura da alma. E compartilhar experiências foi uma maneira que encontraram para se refugiarem da dor de suas vidas.
Oposto a tudo isso, um casal me chamou a atenção. Sempre de mãos dadas, nas trilhas fáceis e nos obstáculos do caminho. Olhando essa cena mudei um pouco a forma de ver a vida e os sentimentos, pois percebi que os amores são formados a cada passada, a cada gesto, por menores que sejam e que o respeito é a chave de todo relacionamento.
Não importa o que tenhamos vivido no passado, se choramos se fomos traídos, o que realmente importa é o momento onde estamos, aqueles que caminham ao nosso lado, que sorriem junto com nossa alegria, que aturam nossos defeitos, nosso mau humor e mesmo assim, estão ali pertinho.
Nos rostos cansados, suados, notei que a felicidade era plena, apesar do frio, da falta de conforto, pois todos esses quesitos tornam-se tão irrelevantes quando se busca algo maior, maior que nosso próprio entendimento.
Cada um naqueles três dias de convivência, em algum momento teve seu encontro com Deus, seja num nascer do sol ou da lua, seja numa foto bonita, ou mesmo no silêncio da mata. Em alguma hora sua cabeça deixou os pensamentos, os problemas de lado e vivenciou um sentimento único que só quem vive consegue explicar. Um sentimento de desapego, de saudades, de satisfação em ser dono do próprio destino. Uma alegria em ser forte por deixar filhos, pais, esposas e maridos, cães e gatos, empregos, todos eles para trás e se entregar a uma jornada ao encontro de si mesmo.
Em meio a tantos encontros e desencontros, existem aqueles que fazem da vida uma bela comédia e nos fazem rir como crianças quando se dizem ser montanheiros. Há aqueles que carregam seus irmãos gêmeos dentro da mochila, ou mesmo uma capivara, de tão pesadas que aparentem.
Outros travam uma batalha com a própria trilha e ficam com as pernas lanhadas.
Os pés cansados de tanto caminhar também são aqueles que atolam na lama presente no caminho.
Aos poucos os obstáculos nomeados por cavalinho, elevador, são ultrapassados, sempre com o auxilio de mãos amigas, estendidas em todas as direções para auxiliar a jornada.
E, em meio a tanta magia, uma notícia ruim nos põe a pensar sobre o bem e o mal. Pensar que todos estão prestes a cometer atitudes insanas, a ferir e ocasionar feridas eternas. Nesse instante percebo o quão importante é minha jornada ao encontro de Deus. De um Deus que busco tão longe e que está tão perto, dentro de meu coração, me impulsionando a ser uma pessoa melhor.
Percebo que minha cruz é tão pesada quanto a mochila que carrego e que somente com o tempo vou me livrando de tudo que não me faz bem, tornando meu fardo mais leve. Vejo que não dá para carregar a cruz de ninguém, embora muitos desejem isso, pois cada pessoa só consegue chegar ao cume ao alcançar forças suficientes durante a caminhada.
Por fim, mesmo com tantas dores nos ombros, nas pernas e a alma cansada, acredito que o sorriso é o mais importante remédio para me manter de pé e me levar de volta para casa, dessa vez com a alma renovada.
Valéria Marques
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