“Corpo celeste vulcânico mais ativo do sistema solar”, “Satélite mais intenso”, “Porta de entrada para o inferno” - todos esses termos se referem ao Io, o satélite galileo mais próximo de Júpiter.
Como foi a exploração do Io e quais foram as descobertas?
Qual foi o equipamento utilizado que conseguiu imagens com sucesso?
O mais próximo e o mais ativo
Io foi descoberto em 1610 por Galileu Galilei, juntamente com as outras luas de Júpiter: a Europa, Ganimedes e Calisto, sendo denominadas de “satélites galileanos”.
Na verdade, não foi Galileu quem criou o nome Io, mas Simon Marius, um astrônomo famoso que viveu na mesma época.
Marius, juntamente com seu colega astrônomo Johannes Kepler, propuseram nomear as luas recém-descobertas do quinto planeta em homenagem à amante de Zeus na mitologia grega.
Depois disso, por vários séculos, os cientistas não conseguiram obter nenhuma novidade sobre Io.
Os primeiros telescópios da época eram bastante limitados.
Foi então entre os séculos 19 e 20 que finalmente começaram as pesquisas sobre o Io, o satélite galileu mais próximo de Júpiter.
Io tem um raio de cerca de 1810 quilômetros, sendo um pouco maior que Europa e muito menor que Calisto e Ganimedes.
Io também tem uma superfície de aproximadamente 42 milhões de metros quadrados, que equivale a toda área das Américas.
Io nunca se afasta a mais de 423.000 quilômetros de Júpiter, por isso sempre está voltado para o mesmo lado de Júpiter e orbita Júpiter em 42 horas e 28 minutos.
O tempo de duração da sua rotação é o mesmo.
Io é o mais próximo dos satélites luas galileanos de Júpiter, mas não dentre todos os corpos satélites de Júpiter.
Em 1892, foi descoberta uma lua chamada Amalteia, que estava mais próxima de Júpiter do que Io.
Hoje, é sabido que há pelo menos quatro objetos que estão mais próximos de Júpiter do que Io.
Além de Amalteia, foram descobertos pela Voyager 1 em 1979: Metis, Adrasteia e Tebe.
Em meados do século 20, foi apontado que, provavelmente, Io já passava por uma atividade vulcânica muito forte.
Não foi possível confirmar se esta hipótese é realmente correta.
Sonda Espacial Pioneer e outras sondas
As primeiras imagens da superfície de Io foram obtidas logo no início.
No início da década de 1970, a famosa sonda espacial “Pioneer” conseguiu fotografar Io com sucesso.
Em 3 de dezembro de 1973, a Pioneer 10 sobrevoou próxima de Io.
No entanto, as imagens obtidas por esta sonda não ficaram muito boas.
Mas, foi descoberto também que o primeiro satélite galileano de Júpiter, o Io, assim como o segundo satélite galileano Europa, emitem fortes radiações.
Isso ocorre porque o quinto planeta tem um campo magnético muito forte.
Se um humano usasse um traje espacial comum, sem medidas especiais de proteção, imediatamente sofreria de síndrome aguda da radiação.
Essa radiação também foi um dos motivos que ocasionou a má qualidade das imagens, pois danificou o equipamento.
Um ano depois, em 2 de dezembro de 1974, a Pioneer 11 chegou a Io.
Felizmente, como os cientistas já sabiam dos problemas da radiação, já estavam preparados para isso.
Graças a isso, foi possível fotografar as regiões polares de Io em alta qualidade.
Além disso, pelas imagens, foi possível também confirmar a existência de uma "atmosfera" bem fina.
A atmosfera de Io não é completa.
Por isso os cientistas dizem que há “vestígios”.
Mas, essa atmosfera foi identificada.
Os astrônomos classificaram como mais uma evidência da ocorrência de atividade vulcânica em Io.
Essa atmosfera incompleta é formada por vulcões que liberam gás e poeira no espaço.
O que se descobriu?
O fato mais importante descoberto até agora é que Io é um corpo celeste surpreendentemente ativo.
Isso, obviamente, é devido a extrema força da gravidade de Júpiter.
O quinto planeta, Júpiter, não apenas revira o interior do Io, mas, literalmente, “deixa-o de cabeça para baixo” constantemente, fazendo jorrar rios de enxofre ardente na superfície.
Então, por que as luas mais próximas de Júpiter não se tornaram os corpos mais vulcânicos do sistema solar?
A resposta é simples, pois os outros satélites são muito pequenos.
Quanto menor o corpo celeste, mais difícil é a progressão nas subdivisões internas, esfriando-se mais rapidamente.
Explicando de forma simples, Amalteia e outros satélites nada mais são do que "rochas" homogêneas, sem manto e sem capacidade de erupção.
Por outro lado, Io é cercado por nuvens de elementos vulcânicos como enxofre, potássio, sódio e oxigênio.
Uma pluma vulcânica com o mesmo componente acompanha a órbita de Io, como se estivesse seguindo-o.
Ou seja, a pluma fica em “ forma de rosca” quase homogênea, com o Io orbitando ao meio.
Como Io não consegue manter uma atmosfera completa, Júpiter sempre “rouba” matérias desse satélite.
E essa quantidade chega a uma tonelada por segundo.
Essa matéria absorvida por Júpiter também é responsável pela formação do cinturão de radiação na magnetosfera de Júpiter.
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