O núcleo da Terra desacelerou tanto que está se movendo para trás, confirmam cientistas.
Em 2023, os cientistas propuseram um modelo fascinante sobre o comportamento do núcleo interno da Terra. Eles sugeriram que o núcleo, que já girou mais rápido do que a Terra, agora está girando mais devagar. Mas como eles chegaram a essa conclusão?
Esse modelo inicial de 2023 foi baseado em décadas de observações sísmicas. Os cientistas analisaram ondas sísmicas geradas por grandes terremotos que passaram pelo núcleo interno ao longo dos anos. Eles perceberam que a velocidade de rotação do núcleo interno parecia variar em um ciclo de aproximadamente 70 anos. De acordo com esse modelo, o núcleo interno estava girando mais rápido do que a Terra na década de 1970, começou a desacelerar por volta de 2008 e, desde então, tem girado mais devagar do que a Terra.
Confirmação em 2023:
No estudo publicado recentemente na Nature, os cientistas trouxeram novas evidências que confirmam esse modelo de desaceleração. A equipe de pesquisadores observou ondas sísmicas de terremotos que ocorreram entre 1991 e 2023, especificamente aqueles na região das Ilhas Sandwich do Sul. Eles compararam essas ondas com as de testes nucleares soviéticos realizados na década de 1970.
Metodologia Rigorosa:
A metodologia deles foi especialmente rigorosa. Em vez de analisar ondas sísmicas individuais, eles compararam pares de terremotos ocorridos nos mesmos locais, mas em momentos diferentes. Isso permitiu uma medição mais precisa das mudanças na rotação do núcleo. A análise revelou que, de fato, o núcleo interno desacelerou e que essa desaceleração se encaixa perfeitamente no ciclo de 70 anos proposto anteriormente.
Essa descoberta é extremamente significativa. Ela não só confirma a teoria de que o núcleo interno está desacelerando, mas também sugere que essa desaceleração faz parte de um ciclo natural. Segundo os cálculos dos cientistas, o núcleo está prestes a começar a acelerar novamente nos próximos cinco a dez anos. Isso nos dá uma janela única para observar e estudar esse fenômeno em tempo real.
Claro, nem todos os cientistas estão completamente convencidos de que o debate sobre a rotação do núcleo interno está encerrado. A profundidade e a inacessibilidade do núcleo tornam qualquer observação direta impossível, e ainda há muitas incertezas. Algumas análises anteriores até propuseram que o núcleo não gira de maneira significativa em relação à Terra. Portanto, enquanto a nova evidência é convincente, a comunidade científica continua a investigar e debater.
Outra área de interesse é como essas mudanças na rotação do núcleo podem influenciar o campo magnético da Terra. Como mencionado anteriormente, o núcleo externo líquido gera o campo magnético, e alterações na rotação do núcleo interno podem afetar essa geração de maneira sutil. Entender essa relação pode ser crucial para prever e mitigar possíveis impactos no campo magnético, que é vital para a proteção da vida na Terra.
Mas por que é tão difícil estudar o núcleo interno? Bem, a maior dificuldade é que não podemos observá-lo diretamente. Tudo o que sabemos vem de ondas sísmicas geradas por grandes terremotos. Esses estudos são como resolver um quebra-cabeça gigante com peças faltando.
E tem mais! O núcleo interno está envolvido em uma dança magnética com o núcleo externo líquido, que gera o campo magnético da Terra. Esse campo é crucial para a vida, pois nos protege da radiação solar mortal. Alterações na rotação do núcleo podem afetar esse campo magnético, mas ainda precisamos de mais dados para entender completamente essa relação.
Para "ver" o núcleo, os cientistas usam dois tipos de ondas sísmicas: as ondas P, que atravessam todos os tipos de matéria, e as ondas S, que só passam por sólidos ou líquidos extremamente viscosos. Desde a década de 1880, sabemos que o núcleo externo é líquido porque as ondas S não passam por ele.
Voltando ao ciclo de 70 anos, estudos mostraram que o núcleo começou a girar mais rápido na década de 1970, desacelerou em 2008 e, desde então, está girando ligeiramente para trás. Parece que está prestes a acelerar novamente nos próximos 5 a 10 anos. É como um relógio gigante lá embaixo, marcando o tempo de maneira que só podemos começar a entender.
Agora, você deve estar se perguntando: "Isso afeta meu dia a dia?" Bem, mudanças na rotação do núcleo podem alterar a duração do dia em frações de segundo. Mas não se preocupe, essas mudanças são imperceptíveis para nós.
Esse vídeo foi baseado nas pesquisas de vários cientistas, incluindo Dr. Lauren Waszek e Dr. John Vidale.
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