Pouco se sabe sobre o que passa na cabeça de alguém em coma, mas a experiência do Luciano não foi nada fácil ou de "descanso". Os 17 dias que ele ficou intubado no hospital por conta da Covid-19 foram os mais difíceis da vida dele.
Em março de 2021, o Luciano pegou Covid, os sintomas foram piorando e ele pediu para ir até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para ser atendido. Chegando lá, não tinha outra saída senão intubá-lo.
17 dias foi o tempo que ele ficou desacordado, respirando com ajuda de aparelhos. "Um período de descanso" você pode até pensar, mas não. O Luciano conta que todo esse período ele se sentiu num labirinto, onde a saída era chegar ao seu corpo. Esse labirinto era enorme e o cansava mais do que andar de skate, sua paixão.
Além desse desafio, ele também teve outras experiências, como reencontrar um falecido sobrinho, que pediu para o tio não seguir a luz. A famosa luz. A luz impossível de ignorar já que ela trazia para o Luciano um conforto, uma paz sem igual.
Mas apesar desse conforto todo, Luciano ainda tinha muita coisa pra resolver aqui, acordado. Vivo. Ver o neto (que ainda não foi sequer concebido), cuidar dos seus gatinhos, dançar com esposa, rir com a nora e andar de skate com o seu filho único. Havia muita vida pra viver.
E enquanto ele lutava inconsciente para se livrar da Covid, do lado de cá seu médio, Dr. Armando, o Hospital Mario Covas, em Santo André, prestava o atendimento humano que deveria ser padrão em qualquer ambiente hospitalar.
O médico conversava com o Luciano, mesmo em coma, fazia chamadas de vídeo com a família dele e até colocou o álbum preferido do Luciano para tocar enquanto ele estava inconsciente. Tudo isso foi muito importante para a sua recuperação.
Depois de 49 dias internado, sendo 17 intubado, o Luciano volta para a casa e é recebido com a maior festa por seus vizinhos e familiares. Hoje ele se recupera de algumas sequelas desse tempo todo no hospital e torce pra que em 2022 volte para as pistas de skate, o esporte que acompanha ele desde a adolescência.
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