Sim, a referência ao Ilha das Flores é bem clara e exagerada.
Após os estudos que levaram à produção do documentário “telefone sem fio” é possível afirmar que o negacionismo científico é um movimento cheio de vertentes.
A grosso modo, os terraplanistas especificamente podem ser divididos em três grupos.
i) religiosos fervorosos que têm as escrituras da Bíblia como verdade absoluta
ii) autodidatas que se autodeclaram cientistas e/ou pesquisadores da verdade, e buscam explicar o fenômeno nos campos da ciência
iii) teóricos da conspiração que possuem total descrédito com a ciência, governo, mídia e outras autoridades que supostamente fariam parte de um processo de manipulação mundial.
Pode-se afirmar também que a corrente do terraplanismo é relativamente recente, com grande parte dos integrantes aderindo ao movimento ainda no ano de 2019.
Segundo o google trends, no Brasil se houve um pico de busca pelo termo “terraplanismo” e “terraplana” em meados de 2017 e entre o final de 2018 e o início de 2019, principalmente acompanhado de termos como “olavo de carvalho”, “Lua” e “NASA”.
O grupo concluiu que o negacionismo possui um forte apelo popular por comunicar a desconstrução de conhecimentos científicos de maneira simples. A construção da narrativa abusa da estratégia de que alguns poderosos possuem interesses de dominação mundial sobre a população, provocando forte aderência entre pessoas que não possuem acesso ao conhecimento científico. É apelativo afirmar que as autoridades escondem a verdade de nós e querem nos prejudicar, facilitando a suspensão da descrença por parte dos envolvidos.
O grupo também concluiu que os baixos investimentos em educação e comunicação científica são pautáveis de crítica, uma vez que limita o acesso a educação e conhecimento científico a uma elite intelectual que corresponde a uma pequena minoria da população. Quem não possui certo grau de instrução acaba sendo alvo fácil de questionamentos conspiratórios com
explicações complexas de suposta ciência.
Ещё видео!