Ouça o podcast E Tem Mais, apresentado por Monalisa Perrone. Programa do dia 01 de abril de 2021.
Desde o último domingo (28), um clima de tensão paira sobre a Polícia Militar da Bahia. O estopim das manifestações e ameaças de motim foi a morte do policial militar Wesley Góes por agentes do Bope no Farol da Barra, em Salvador. Góes chegou à capital da Bahia naquela tarde carregando um fuzil, com o rosto pintado e em aparente surto psicótico. Depois de três horas de negociação, acabou baleado pelos agentes.
Embora a Secretaria de Segurança do estado afirme que as causas do surto do soldado são desconhecidas, uma narrativa paralela foi alimentada nas redes sociais. Deputados bolsonaristas como Bia Kicis (PSL-DF) e Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) sugeriram que a causa da revolta de Wesley Góes foram as medidas restritivas impostas pelo governador Rui Costa (PT-BA) e insuflaram reações da polícia militar.
As manifestações que se seguiram, no entanto, levantaram outras bandeiras além dessas: os PMs falaram sobre as más condições de trabalho na pandemia e sobre o desgaste emocional que não se resume a esse cenário. Um estudo de 2019 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que mais policiais morrem por suicídio do que em confrontos no país.
Neste episódio do E Tem Mais, Monalisa Perrone retoma o caso do policial morto no último domingo (28) na Bahia e fala sobre as maiores falhas e desafios da Polícia Militar. A socióloga Ludmila Ribeiro, professora e pesquisadora no Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, explica porque a saúde mental ainda é um tabu nas forças policiais e debate os perigos da politização da PM e do exército.
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