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Um novo megaporto na costa do Peru está mudando o jogo na América Latina. Com um investimento de 3,5 bilhões de dólares, o projeto da Cosco Shipping, estatal chinesa, transformou uma pacata cidade pesqueira em um centro logístico poderoso. Isso pode revolucionar a economia peruana. Enquanto isso, os Estados Unidos observam com preocupação. O Acordo Estados Unidos-México-Canadá, que será revisado em julho de 2026, está em jogo. Muitos países em desenvolvimento que aceitaram a ajuda de Pequim agora enfrentam dívidas pesadas.
Donald Trump, ao vencer a eleição presidencial dos Estados Unidos, prometeu tarifas de até 60% sobre produtos chineses. No entanto, o novo megaporto pode criar rotas comerciais que ignoram completamente a América do Norte. O presidente Joe Biden, em sua primeira e última visita à América do Sul, foi ofuscado pelo líder chinês Xi Jinping durante a cúpula da Apec.
A China está se consolidando na América Latina, enquanto os Estados Unidos parecem ausentes. "A região não precisa escolher um lado, a menos que seja forçada a isso", afirma Monica de Bolle, do Instituto Peterson. O novo porto favorecerá tanto importações quanto exportações, mas a crescente presença de produtos chineses pode prejudicar a indústria local.
A China já tem um grande apetite por exportações da região, como soja brasileira e cobre chileno. O novo porto permitirá que navios maiores sejam atendidos, reduzindo o tempo de transporte de 35 para 23 dias.
Governos de esquerda e direita na América Latina estão se alinhando com os interesses de Pequim, enquanto Washington paga o preço por anos de indiferença. A nova administração de Trump pode trazer mudanças, mas a cooperação é essencial.
A China não está apenas focada na América Latina; seu investimento em infraestrutura se estende a quase 150 países. Eric Farnsworth, do Conselho das Américas, acredita que a boa vontade em relação aos Estados Unidos ainda existe, mas as necessidades da região não estão sendo atendidas.
O megaporto de Chancay não é apenas uma vitória para o Peru, mas um sinal da crescente assertividade da China na região. Com a inauguração do porto, produtos de países como Chile, Equador e Brasil devem passar por lá a caminho da Ásia. A América Latina se prepara para um futuro incerto, especialmente se uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China se intensificar.
A presença de Xi Jinping na inauguração do porto mostra a seriedade com que a China aborda esse desenvolvimento. A região está em um ponto crítico, e as decisões tomadas agora terão repercussões significativas no futuro.
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