A Paixão de Cristo é o evento mais sublime de toda a História, e o Caminho da Cruz é o último ato antes da imolação do Cordeiro de Deus.
Cristo subiu o Monte Calvário carregando o madeiro infame em Suas costas, como outrora Isaac carregou a lenha em seus ombros antes de ser levado para o seu sacrifício no alto do Monte Moria.
Deus poupou no último momento o filho de Abraão, mas não hesitou em entregar o Seu Filho Unigênito à mais cruel de todas as mortes para obter a nossa Redenção.
Cristo aceitou sacrificar-se para nos abrir as portas do Céu. DEle disse Isaías profeticamente: (Is 53, 7): "Foi oferecido em sacrifício porque ele mesmo quis, e não abriu a sua boca; como uma ovelha que é levada ao matadouro, e como um cordeiro diante do que o tosquia, guardou silêncio e não abriu sequer a sua boca."
Que Maria Santíssima, que sofreu crudelíssimo martírio ao ver Seu Divino Filho na Rua da amargura, nos conceda as graças necessárias para correspondermos ao amor de Cristo!
****************
Vendo que o ódio dos judeus não fora aplacado pelos tormentos infringidos a Cristo, Pilatos desiste de salvá-Lo, lava suas mãos e diz: “Sou inocente do sangue deste homem” (Mt 27, 24). Assim, pela covardia de quem podia defender a Verdade, e não quis, O justo foi condenado a mais terrível das mortes. Cristo, esgotado, banhado em sangue, era obrigado a carregar Sua Cruz rumo ao Calvário.
E diz a Escritura (São Lucas 23, 26): “E, quando o iam conduzindo, agarram um certo homem chamado Simão Cireneu, que voltava do campo; e puseram a cruz sobre ele, para que a levasse após de Jesus.”
Sobre Simão, comenta o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira na V estação de sua Via-Sacra de 1951:
“Vinha ele despreocupado pela estrada. Pensava tão somente nos pequenos problemas e nos pequenos interesses de que se compõe a vida miúda da maior parte dos homens. Mas Vós, Senhor, atravessastes seu trajeto com vossas Chagas, vossa Cruz, vossa imensa dor. E a este Simão tocou tomar posição perante Vós.
Forçaram-no a carregar convosco a Cruz. Ou ele a carregaria mal-humorado, indiferente a Vós, procurando tornar-se simpático ao povo por meio de algum novo modo de aumentar vossos tormentos de alma e de corpo; ou a carregaria com amor, com compaixão, sobranceiro ao populacho, procurando aliviar-Vos, procurando sofrer em si um pouco de vossa dor, para que sofrêsseis um pouco menos.
O Cirineu preferiu padecer conVosco. E por isto seu nome é repetido com amor, com gratidão, com santa inveja, há dois mil anos, por todos os homens de fé, em toda a face da Terra, e assim continuará a ser até a consumação dos séculos.”
A Tradição Católica consagrada na Via Sacra comenta que Simão foi obrigado a ajudar Jesus, porque este já havia caído sob o peso da Cruz e os soldados temiam que Ele não chegasse vivo ao Calvário. Mas, mesmo ajudado, serão três as vezes que Nosso Senhor cairá sob a Cruz. E, comentando a terceira queda, o Prof. Plínio Corrêa traz a pungente reflexão:
Estais, Senhor meu, mais cansado, mais depauperado, mais chagado, mais exangue do que nunca. Que Vos espera? Chegastes ao termo? Não. Precisamente o pior está para suceder. O crime mais atroz ainda está para ser praticado. As dores maiores ainda estão por serem sofridas. Estais por terra pela terceira vez e, entretanto, tudo isto que ficou para trás não é senão um prefácio.
E eis que Vos vejo novamente movendo este Corpo que é todo ele uma chaga. O que parecia impossível se opera, e mais uma vez Vos pondes de pé lentamente, se bem que cada movimento seja para Vós mais uma dor. Eis-Vos, Senhor, ereto ainda uma vez... com vossa Cruz. Soubestes encontrar novas forças, novas energias, e continuais. Três quedas, três lições iguais de perseverança, cada qual mais pungente e mais expressiva que a outra.
Por que tanta insistência? Porque é insistente nossa covardia. Resolvemo-nos a tomar nossa cruz, mas a covardia volta sempre à carga. E para que ela ficasse sem pretextos em nossa fraqueza, quisestes Vós mesmo repetir três vezes a lição.
Sim, nossa fraqueza não pode servir-nos de pretexto. A graça, que Deus nunca recusa, pode o que as forças meramente naturais não poderiam.
Deus quer ser servido até o último alento, até a extenuação da última energia, e multiplica nossas capacidades de sofrer e de agir, para que nossa dedicação chegue aos extremos do imprevisível, do inverossímil, do miraculoso. A medida de amar a Deus consiste em amá-Lo sem medidas, disse São Francisco de Sales. A medida de lutar por Deus consiste em lutar sem medidas, diríamos nós.
Cristo carrega a Cruz - A Via Sacra
Теги
via sacravia crucisCaminho da CruzCarregamento da CruzCristo Carrega a CruzVia dolorosaMistérios do RosárioMistérios Dolorososmeditação do rosáriosimeão ajuda JesusPaixão de CristoAs dores de JesusAs dores de MariaMaria CorredentoraVéu de VerônicaPilatos condena JesusPoncio PilatosJesus ou BarrabasPilatos lava as mãosjudeus condenam JesusAve Crux Spes UnicaVida de JesusSantas MulheresJesus e os judeus