A Polícia Civil do RN divulgou detalhes da investigação que apontou os supostos mandantes do duplo homicídio que vitimou o prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira, e o pai dele, Sadi Oliveira. E um detalhe que chamou a atenção foi a motivação para o crime: vingança e a possível participação da maior facção do Brasil, o PCC.
Segundo foi revelado, o pastor evangélico Marcelo Alves da Silva, de 27 anos, seria responsável por "planejar" o assassinato e, inclusive, teria até pensado em executar o crime durante um culto religioso que o prefeito frequentava.
Contudo, a ideia mesmo de executar o prefeito partiu da ex-companheira de chapa dele, a vice-prefeita afastada Damaria Jácome, e a irma dela, a vereadora reeleita Leidiane Jácome, que também é Leida de Laete, pai das duas e que foi vereador e presidente da câmara.
Recentemente, inclusive, Leidiane Jácome foi diplomada como vereadora reeleita em João Dias. Ela conseguiu um lugar na Casa Legislativa Municipal ao lado do marido e ainda publicou o seguinte nas redes sociais: o amor venceu.
Nas redes sociais das duas, inclusive, uma série de críticas a gestão de Marcelo Oliveira e do substituto dele, Jesse Oliveira, que é irmão do prefeito morto e que assumiu o cargo na condição de inteirino, por ser presidente da Câmara na época do assassinato.
Mas, além da questão política, por que Damaria e Leidiane teriam tramado o assassinato do prefeito? Elas queriam vingança, pelo que afirmou o delegado Alex Wagner, diretor da Polícia do Oeste e responsável pela investigação.
A família Jácome acreditava que foi o prefeito Marcelo que denunciou para a Polícia Civil o paradeiro de dois irmãos de Damaria e Leidiane: Deusamor e Leidjan. Os dois, procurados por tráfico internacional de drogas, foram mortos em confronto com a Polícia Civil, numa cidade localizada no interior da Bahia.
Na época da morte dos dois, o prefeito Marcelo Oliveira havia renuncia ao mandato e deixado Damaria assumir. Ela chegou a decretar luto oficial no município. Marcelo Oliveira foi ao velório dos dois, mas depois entrou na justiça alegando que só renunciou, porque havia sido ameaçado pela família Jácome.
Foi isso, inclusive, que teria feito familiares do prefeito assassinado começarem a montar uma espécie de milicia privada para resguardar a segurança de Marcelo Oliveira. Foi isso que, inclusive, evitou que ele tivesse sido morto antes, em uma região que era dominada pelo crime organizado, apesar de ter baixissimo índices de violência urbana registrada.
Aí aqui eu vou abrir um parentese: a família Jácome, por meio de Deusamor e Leidjan e outros familiares presos, tinham uma relação direta com a maior facção do Brasil: o PCC. Essa informação não foi confirmada pela Polícia Civil e sim pelo Ministério Público do RN, em reportagem publicada pelo portal Metrópoles, já em 2024.
Segundo a reportagem, a ideia da família, quando chegou ao poder na Prefeitura de João Dias, era utilizar o poder municipal para lavar o dinheiro do tráfico. Na matéria é citado, inclusive, o ex-número 2 do PCC nas ruas, o potiguar Valdeci Alves, o Colorido, que teve um irmão, também pastor evangélico, condenado por lavar dinheiro da facção criminosa por meio da compra de igrejas e de fazendas no RN.
Caso isso seja confirmado, o Rio Grande do Norte se tornaria o Estado do Nordeste com maior influência, confirmada, nos planos do PCC para lavagem de dinheiro. Recente denúncia do MPRN apontou que já foram bilhões lavados de dinheiro do tráfico no Estado.
Bom, voltando ao caso de João Dias, o fato é que, além do pastor e das irmãs, a Polícia Civil também pediu a prisão preventiva de outros três suspeitos de mandar matar o prefeito Marcelo Oliveira e o pai dele, Sadi Oliveira:
Weverton Claudino Batista: o Everson ou Dodo. Chegou a ser secretário municipal de Finanças de João Dias. Ainda são procurados Olanir Gama da Silva, conhecido como Véi; e Carlos André Claudino, o Carlinhos.
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