Se vocês me perguntarem, qual é o grande assunto de hoje na mídia internacional, minha resposta será muito simples. É o Brasil. O noticiário reflete uma vertigem tão maluca de acontecimentos, que os jornais têm até dificuldades para explicar os detalhes da crise política. Vamos começar pela França. O jornal Le Monde sempre noticiou com simpatia os governos do PT. Mas, depois das gravações divulgadas ontem, afirma que a nomeação de Lula, para a Casa Civil, foi uma forma de protege-lo contra a possibilidade de ser preso pela Lava Jato. Na Inglaterra, o Guardian diz que as escutas telefônicas aprofundaram o caos, num país que já enfrenta a maior crise econômica nos últimos 100 anos. E na Espanha, o El País - em sua versão orig inal, e não a brasileira - deu a manchete online para a decisão daquele juiz federal, que suspendeu a posse de Lula. A mídia americana está bem mais preocupada com a política interna deles, com as eleições primárias para a Casa Branca. Mesmo assim, o New York Times afirma que a situação brasileira é grave, porque personagens importantes, como os presidentes da câmara e do Senado, também são investigados por corrupção. Na América Latina, o grande jornal mais bem feito de esquerda é o Página 12, da Argentina. Acostumado a elogiar Dilma e o PT, ele agora toma distância. Se resume, em sua edição online, a transcrever trechos do discurso de Dilma na posse de Lula. E na Venezuela, o jornal independente Tal Cual diz que as caçarolas viraram mais uma vez tambor de protesto, e a oposição voltou às rua s a partir da noite de quarta-feira. A moral de toda essa história não é simples. O Brasil é muito grande para deixar de receber um noticiário caprichado. Mas virou também um país esquisito, pelo jeito de combater a corrupção. É porque esse combate não está sendo mais feito pelos próprios políticos, por meio de comissões de deputados e senadores. A faxina virou tarefa do Poder Judiciário. É assim que o mundo gira. Boa noite
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