Nasceu em Torredeita, distrito de Viseu no ano de 1942.
Em 1966 concluiu a sua licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra.
Mestre em Saúde Pública pela Universidade de John Hopkins em 1978, e especialista em administração hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Publica de Rennes, em França.
Doutor em Saúde Pública pela Universidade Nova de Lisboa em 1982.
António Correia de Campos ensinou, escreveu e continua a escrever sobre Economia e Administração de Saúde, Gestão Pública e Políticas Públicas.
Professor Auxiliar em 1982, Professor Associado em 1986 e Professor Catedrático da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa em 1990 tendo sido, em Junho de 2002, nomeado presidente do respectivo Conselho Científico.
Aposentado da Carreira Académica em 2012.
O percurso de António Correia de Campos cruza a vertente académica com o desempenho de cargos políticos relevantes, essencialmente em torno da área da saúde e na sua ligação com a economia, a segurança social e a administração pública.
Foi, entre os múltiplos cargos desempenhados:
• Secretário-Geral do Ministério da Saúde de Setembro de 1978 até Agosto de 1979.
• Secretário de Estado da Saúde do V Governo Constitucional em 1979.
• Director de Programas de Ciência e Tecnologia da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento entre 1986 e 1989.
• Presidente da Comissão do Livro Branco da Segurança Social, entre 1996 e 1998.
• Nos anos de 2001 e 2002 foi Ministro da Saúde do segundo governo liderado por António Guterres cargo a que haveria de voltar em Março de 2005 até Janeiro de 2008.
Desta sua segunda passagem pelo cargo, António Correia de Campos fica ligado duma forma indelével à decisão política e operacionalização da mais profunda reforma ensaiada no Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente na área dos Cuidados de Saúde Primários - o lançamento das Unidades de Saúde Familiar.
E fê-lo duma forma de certa maneira estranha aos hábitos de há muito enraízados na administração pública portuguesa.
Com uma assinalável sensibilidade e coragem política, António Correia de Campos promove o encontro de saberes e vontades iniciados no final dos anos 90. Saberes e vontades que em muitas matérias promoviam o encontro de projectos, desde os gabinetes ministeriais e da Direcção-geral da Saúde de então até às propostas de algumas organizações dos profissionais, numa convergência de vontades comuns - a construção de pequenas organizações multiprofissionais, dotadas de autonomia técnica, funcional e organizativa contratualizada, que promovessem o acesso, a qualidade, a responsabilidade pelos compromissos firmados e consequentes resultados, e a descriminação positiva das equipas e dos profissionais.
Convenhamos que não é comum, na nossa história e prática política e governativa, tomar uma decisão estratégica como esta.
Chamar um grupo alargado de profissionais e líderes associativos de varias áreas profissionais, conceber um conjunto de medidas de curto e médio e depois fazer aprovar em Conselho de Ministros uma resolução a criar, na dependência directa do Ministro da Saúde, um equipa de Missão para a condução do projecto global de lançamento, coordenação e acompanhamento da estratégia de reconfiguração dos centros de saúde e implementação das unidades de saúde familiar.
Ao mesmo tempo eram criadas em cada administração regional de saúde uma equipa de apoio destinada a promover a articulação funcional com a Missão para os Cuidados de Saúde Primários.
Lançar as propostas e esperar a adesão dos profissionais, num processo criativo único que, partindo das bases acreditasse na capacidade empreendedora das equipas em torno da construção deste novo modelo, esse era o enorme desafio.
Estarmos hoje aqui, 10 anos após o lançamento deste movimento e 7 após a constituição da Associação Nacional das USF, reunindo mais de 1.000 profissionais da Saúde Familiar em torno dum Encontro Nacional e dum programa científico como este, é por si testemunho do sucesso das decisões tomadas em tempo certo.
Caro Professor Correia de Campos.
Não temos memória curta.
Estamos-lhe gratos por ter acreditado em nós e nas enormes potencialidades do nosso SNS.
Seguramente que os cidadãos que em nós confiam, também.
Todos juntos provamos que é possível reformar dentro dos serviços públicos de saúde.
Por isto esta nossa modestíssima homenagem à qual acresce a honra de o ter como nosso Sócio Honorário.
Bem haja.
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