1. A origem da uva Moscatel. Como é feito este espumante e porque ele é doce. Será que colocam açúcar? A melhor temperatura para servir, como gelar rapidinho e como abrir facilmente este ou qualquer outro espumante.
Vamos degustar um moscatel premiado e descobrir seus os aromas e sabores. Ainda vou dar dicas de harmonização.
2. Moscatel não é somente o nome deste vinho espumante, é o nome da uva, ou melhor, de uma família de uvas. Na verdade, são centenas. Não são somente uvas brancas, também tem tintas e rosadas.
A característica que a tornou apreciada no mundo todo está na sua grande capacidade de maturação e produção de muito açúcar.
Ela tanto pode ser utilizada para vinho espumante, vinho tranquilo, isto é, sem borbulhas, vinho doce e seco. Também é muito utilizada para produção de vinho fortificado, tipo licoroso, como o Moscatel de Setubal, Portugal.
3. A Moscatel chegou no Brasil com os imigrantes italianos no início do século passado. Aqui a variedade utilizada é a Moscato Branco e a melhor região, a que mais se destaca na qualidade de suas uvas, é a Região de Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Tanto que Farroupilha foi reconhecida como uma IP, isto é, uma Indicação de Procedência, para vinhos Moscateis, em razão da sua diferenciada qualidade.
4. Como é feito o Moscatel.
Há vários métodos para se elaborar espumantes e já tem no canal dois vídeos sobre os dois mais famosos: O método tradicional ou champenoise, desenvolvido na região de Champagne: [ Ссылка ] ; e o método tanque ou Charmat.
Resumindo, ambos são produzidos através de uma segunda fermentação. A partir de um vinho pronto, chamado vinho base, ele é submetido novamente a uma segunda fermentação para a geração das borbulhas, ou tirada de espuma como dizem os enólogos.
Se esta segunda fermentação for feita na própria garrafa que será vendida, este é o método tradicional de Champagne.
Mas, se a segunda fermentação for realizada em um tanque de inox e depois engarrafado o vinho, este é o método Charmat, ou tanque: [ Ссылка ]
O nosso moscatel é feito através do método Asti, que é o nome de uma cidade do Piemonte, no noroeste da Itália, onde é elaborado o famoso Moscato D’Asti.
A grande diferença do método de ASTI para o tradicional e o de tanque é que não há uma segunda fermentação.
As uvas são colhidas bem maduras, com bastante teor de açúcar, e o suco é colocado, juntamente com leveduras, em um grande tanque de inox, tipo autoclave, que suporta pressão. As leveduras, que são micro-organismos, começam a fazer o que sabem: se alimentam do açúcar e o transforma em álcool e, neste processo, chamado fermentação, também é produzido gás carbônico. Como o tanque está fechado, selado, esse gás carbônico se dissolve no vinho e cria as famosas borbulhas.
Durante a fermentação, quando o teor alcoólico chega a 7,5% do volume, ainda tem bastante açúcar, a fermentação é interrompida e, assim, sobra açúcar. Fica, aproximadamente, em torno de 60 gramas de açúcar por litro.
Então, o dulçor do Moscatel vem da própria uva, não é adicionado açúcar.
5.Temperatura de Serviço. Por ser um espumante doce, O Moscatel deve ser servido na temperatura entre 4 e 6 graus. Aqui você vai apreender na prática como gelar e abrir facilmente seu espumante. Mas, se você quiser de saber mais sobre a temperatura de serviços de outros vinhos e entender o porquê desta temperatura, há um vídeo no canal: [ Ссылка ]
6. Degustação. É degustado e analisado o Moscatel Monte Paschoal, que paguei 41 reais.
Análise Visual: cor palha, perlagem de boa consistência, fininha.
No nariz, de forma geral, um espumante Moscatel tem um intenso aroma floral e frutado. Flores brancas, como jasmim, frutas como pêssego, maçã e pera.
Na boca, boa acidez, dulçor muito equilibrado, refrescante.
7. Harmonização. Harmonização por contraste, com prato salgado, uma boa sugestão são pratos agridoces, que recebem frutas. Como um pernil suíno servido com geleia de laranja... uma delícia.
Muitos gostam de moscatel com queijos fortes, como gorgonzola.
Mas, por ser um vinho doce, a harmonização mais comum é por semelhança, com outros pratos doces. Mas sempre atentando que o vinho tem que ter um dulçor maior que o da sobremesa, senão o vinho fica com gosto amargo.
Na terra do Moscato D’Asti, na Itália, a harmonização clássica é com Panetone.
O Moscatel também vai muito bem com mousse de maracujá, salada de frutas, tortas doces, principalmente de maça, limão.
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Sou Mauricio Ferreira, um Apaixonado por Vinhos, e minha missão é levar o conhecimento sobre o mundo do vinho de forma simples e descomplicada, de maneira que todos entendam.
Creio que, no mundo do vinho, "quanto mais você conhece, melhor você escolhe e mais você aprecia".
Sou Certificado pela Wine & Spirit Education Trust - WSET, Níveis 1, 2 e 3.
Atualmente sou aluno da Wine Scholar Guild, no French Scholar Wine, um curso aprofundado sobre vinhos da França.
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