Neste vídeo, o Dr. André fala sobre a Neuropatia de Fibras Finas, uma das causas mais comuns de dores neuropáticas nos pés e nas pernas, e eventualmente nas mãos e nos braços.

Quando falamos o termo “fibra” estamos nos referindo aos neurônios, e quando falamos de sensibilidade dolorosa, existem 3 tipos de fibras bastante importantes:

- A Beta; que carrega informações de tato.
- A Delta; que carrega informações de dor aguda e pontual.
- A tipo C; que são fibras bem fininhas e que carregam informações de dor difusas e de difícil caracterização.

A Neuropatia de Fibras Finas vai acometer principalmente essa fibras do tipo C, e eventualmente, também podem afetar outras fibras do sistema nervoso autônomo.

Os pacientes com Neuropatia de Fibras Finas, vão sentir dores do tipo neuropáticas, ou seja, do tipo queimação, fisgadas, pontadas, choque. Normalmente nos pés e nas pernas, ou menos frequentemente, nas mãos e nos braços, nós chamamos isso de padrão de Luva ou de Bota.

Esses pacientes também podem apresentar alterações na sensibilidade da pele, tanto para uma diminuição da sensibilidade, como uma dormência, mas também como uma hipersensibilidade (quadro conhecido como Alodinia), onde a sensação de dor se manifesta ao simples toque na pele, muitas vezes o paciente sofre muito quando o lençol ou a coberta acaba raspando no pé, na perna, ou nas mãos durante a madrugada.

Como citado anteriormente, a Neuropatia de Fibras Finas também pode afetar as fibras do Sistema Nervoso Autônomo, que enerva alguns órgão, nesses casos, os pacientes podem apresentar palpitações, tontura ao se levantar rapidamente, disfunção sexual, constipação ou diarreia, e eventualmente a sensação das extremidades mais frias.

O diagnóstico da Neuropatia de Fibras Finas é feito inicialmente através da história clínica e do exame físico do paciente. Alguns exames podem ser importantes, como a Microscopia Confocal da Córnea, onde um oftalmologista especializado vai examinar as alterações de densidade dessas fibras na região das córnea (nos olhos), ou eventualmente, podemos realizar uma Biopsia de Pele, também avaliando a densidade dessas fibras na região da pele.

É muito importante tentar definir a causa que está levando a essa Neuropatia de Fibras Finas, pois existem inúmeras possíveis causas, e essa investigação, apesar de complexa, nem sempre é conclusiva, na verdade cerca de metade dos casos é impossível de ser definida, mas uma vez que ela é identificada, ela precisa ser tratada.

Obviamente, também é muito importante tratar a dor, e para isso nós temos alguns medicamentos que já foram estudados e quem tem eficácia nesse sentido, alguns antidepressivos que agem sobre a dor crônica e alguns anticonvulsivantes que tem a propriedade de estabilizar neurônios, podem ser de grande ajuda.

Quando o tratamento medicamentoso não apresenta resultados, podemos partir para um tratamento intervencionista para a dor neuropática, atualmente existem dois procedimentos que merecem a nossa atenção:

Estimulação Medular; onde colocamos um eletrodo atrás da medula do paciente, esse eletrodo é ligado a um gerador que fica embaixo da pele (algo parecido com um marca-passo), emitindo um pulso elétrico 24 horas por dia, inibindo o processo doloroso.

Estimulação do Gânglio da Raiz Dorsal; é bastante parecido com o procedimento anterior, mas é uma técnica mais recente, neste procedimento, nós colocamos um eletrodo um pouco mais fino em uma região especifica do nervo, chamada de Gânglio da Raiz Dorsal, esse eletrodo também é ligado a um gerador que fica embaixo da pele, e emiti pulsos elétricos cujo o objetivo é inibir o processo doloroso.

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Importante: antes de iniciar qualquer tratamento, procure avaliação médica.
Dr. André Mansano - Médico Especialista no Tratamento da Dor. São Paulo – SP.
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