Zeca Afonso-Ao Vivo no Coliseu 1983
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A morte saiu à rua
José "Zeca" Afonso
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A morte saiu à rua num dia assim,
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai.
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte: O pintor morreu.
Teu sangue, pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou.
Aqui te afirmamos: Dente por dente assim,
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim.
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação.
A morte saiu à rua num dia assim,
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai.
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte: O pintor morreu.
O pintor morreu
O pintor morreu
O pintor morreu.
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